Festival Nacional
de Violão do Piauí traz mudanças para a sua 8ª edição
Desde 2004, Teresina é sede de um dos
mais consagrados festivais de violão do nordeste. Esta fama, certamente, não é uma conquista à-toa. Com o objetivo de trazer grandes nomes do violão nacional e
internacional para incrementar a dinâmica e o conhecimento dos violonistas e
estudantes de violão, o festival promove a valorização do mérito, pois premia
anualmente três violonistas por meio do concurso de interpretação. Ano passado, quem tirou a
primeira colocação foi o argentino Nahuel Romero, que virá a Teresina, desta
vez, como concertista.
O Fenavipi se diferencia por sua
pluralidade, pois é bem mais do que um mero evento de violão para violonistas,
é, antes de tudo, um evento que abrange amantes da música e da cultura como um
todo.
Nesta edição, o festival passa por
algumas mudanças, trará novidades e, com o apoio do governo do estado do Piauí,
se realizará nos dias 5, 6,7 e 8 de julho. Os convidados são profissionais de
grande atuação no cenário violonístico, são eles: Alessandro
Penezzi, Fabiano Borges, Jorge Caballero, Emanuel Nunes, Marcos Tardelli,
Nahuel Romero, e Nonato Luiz.
Para os coordenadores, Josué Costa e
Sérgio Matos, o Fenavipi manterá a qualidade que lhe é característica e trará
alguns benefícios a mais, como o aumento do valor da premiação, o prêmio para o primeiro colocado no concurso, por exemplo, passará de R$ 3.000 para R$
5.000. A proposta é incentivar a participação dos melhores violonistas do país, valorizar o mérito e melhorar o nível técnico dos músicos
piauienses, além de contribuir para a formação de plateia qualificada.
Confira a entrevista
com os coordenadores do festival:
(Josué Costa - violonista)
O Piauí entrou no
circuito violonístico do país por causa do FENAVIPI, em que aspecto isto afeta
a educação musical do estado?
Josué Costa: O FENAVIPI
proporcionou uma evolução no cenário musical no estado do Piauí, devido à
preocupação em fomentar aprimoramento técnico e profissional dos músicos e
estudantes de violão, com um processo de ensino e aprendizagem, em que as
atividades oferecidas pelo festival viabilizam a disseminação da
cultura musical, possibilitando a descoberta de novos talentos e
transformando o estado em um dos pólos que organizam festivais de nível
nacional e internacional no país.
Quais são os
objetivos do festival?
Josué Costa: Antes de tudo,
buscamos inserir o Piauí no roteiro nacional dos grandes festivais de música do
país; proporcionar aos violonistas o aprimoramento técnico e o contato com
profissionais das várias vertentes do violão brasileiro e internacional
contemporâneo, através de seminários, palestras, masterclasses e workshops.
Além disso, é nosso intuito promover o intercâmbio entre violonistas de todas
as regiões do país e fora dele. Queremos difundir a cultura violonística nas
regiões Norte e Nordeste, formar platéias para o consumo de música de concerto,
revelar novos talentos e proporcionar-lhes meios para o aprimoramento de sua
formação profissional.
Hoje, como
coordenador, que resultados você espera desta edição?
Josué Costa: Espero que o
FENAVIPI estimule a geração de músicos piauienses a buscarem uma formação profissional,
possibilitando o surgimento de talentos. Este evento, ao longo de suas
edições, modificou a educação e o cenário musical piauiense, pois viabilizou
novas oportunidades para músicos iniciantes como eu. A primeira edição foi um
divisor de águas na minha carreira profissional. Por isso, estou convicto que
esta edição fortalecerá o surgimento de uma nova geração de músicos
piauienses.
Como
você surgiu no cenário musical? Gostaria que você fizesse um breve relato da
sua
história com a música.
Sérgio
Matos: Comecei a
estudar música com 11 anos. Meu estudo formal começou aos 14 anos como aluno
de Erisvaldo Borges de violão clássico e teoria musical. Aos 15
comecei o estudo do violino que se tornou meu principal instrumento.
Aos 19
entrei para Licenciatura em Música pela Universidade de Brasília e dois anos
depois, fui transferido para a Escola de Belas Artes do Paraná, em Curitiba,
onde paralelamente estudava Harmonia e História da Música com o Maestro Osvaldo
Colarusso. Em 1998 voltei para Teresina, foi quando tive contato com a música
popular, inicialmente com parceria com o cantor Roraima. Também fiz vários
trabalhos na área de trilha sonora para dança e cinema, que me permitiu
participar de vários festivais por todo o Brasil, Cuba, Holanda e
Alemanha.
Atualmente
dirijo a Orquestra Tamoio e a Gómez & Matos, que é uma Agência de Músicos.
O que
representa para você coordenar um festival como o FENAVIPI que já está
consolidado em nosso país e, hoje, ultrapassa as fronteiras do Brasil?
Sérgio
Matos: Me sinto
com uma enorme responsabilidade e ao mesmo tempo feliz de poder participar da
continuidade de um festival respeitado por violonistas em todo o mundo. O
mérito dessa continuidade é certamente do violonista Erisvaldo Borges, que
concebeu e realizou o festival junto com o Profº Cineas Santos.
Quais
serão as mudanças para a 8ª edição do festival?
Sérgio
Matos: Os
objetivos e a estratégia do festival continuam os mesmos, que é investir na
formação de público e dos músicos locais, através de excelentes concertos e
ações didáticas gratuitas, além de investir no cruzamento do violão erudito com
o popular, especialmente o violão brasileiro.
O
FENAVIPI contempla apenas violonistas?
Sérgio
Matos: Na
verdade todos os músicos da cidade são beneficiados pelo alto nível da
programação. Isso traz credibilidade para a produção local e, além disso,
músicos de outros instrumentos também podem assistir às aulas que tratam de
vários assuntos além da técnica do violão.
Todos os
anos o festival convida um instrumento, este ano é a vez do Acordeon, através
do concerto de encerramento com Nonato Luiz e Adelson Viana.
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