sábado, 2 de junho de 2012


Festival Nacional de Violão do Piauí traz mudanças para a sua 8ª edição



Desde 2004, Teresina é sede de um dos mais consagrados festivais de violão do nordeste. Esta fama, certamente, não é uma conquista à-toa. Com o objetivo de trazer grandes nomes do violão nacional e internacional para incrementar a dinâmica e o conhecimento dos violonistas e estudantes de violão, o festival promove a valorização do mérito, pois premia anualmente três violonistas por meio do concurso de interpretação. Ano passado, quem tirou a primeira colocação foi o argentino Nahuel Romero, que virá a Teresina, desta vez, como concertista.
O Fenavipi se diferencia por sua pluralidade, pois é bem mais do que um mero evento de violão para violonistas, é, antes de tudo, um evento que abrange amantes da música e da cultura como um todo.
Nesta edição, o festival passa por algumas mudanças, trará novidades e, com o apoio do governo do estado do Piauí, se realizará nos dias 5, 6,7 e 8 de julho. Os convidados são profissionais de grande atuação no cenário violonístico, são eles: Alessandro Penezzi, Fabiano Borges, Jorge Caballero, Emanuel Nunes, Marcos Tardelli, Nahuel Romero, e Nonato Luiz.
Para os coordenadores, Josué Costa e Sérgio Matos, o Fenavipi manterá a qualidade que lhe é característica e trará alguns benefícios a mais, como o aumento do valor da premiação, o prêmio para o primeiro colocado no concurso, por exemplo, passará de R$ 3.000 para R$ 5.000. A proposta é incentivar  a participação dos melhores violonistas do paísvalorizar  o mérito e melhorar o nível técnico dos músicos piauienses, além de contribuir para a formação de plateia qualificada.

Confira a entrevista com os coordenadores do festival: 


 (Josué Costa - violonista)


O Piauí entrou no circuito violonístico do país por causa do FENAVIPI, em que aspecto isto afeta a educação musical do estado? 

Josué Costa: O FENAVIPI proporcionou uma evolução no cenário musical no estado do Piauí, devido à preocupação em fomentar aprimoramento técnico e profissional dos músicos e estudantes de violão, com um processo de ensino e aprendizagem, em que as atividades oferecidas pelo festival  viabilizam a disseminação da cultura musical,  possibilitando a descoberta de novos talentos e transformando o estado em um dos pólos que organizam festivais de nível nacional e internacional no país. 
Quais são os objetivos do festival?
Josué Costa: Antes de tudo, buscamos inserir o Piauí no roteiro nacional dos grandes festivais de música do país; proporcionar aos violonistas o aprimoramento técnico e o contato com profissionais das várias vertentes do violão brasileiro e internacional contemporâneo, através de seminários, palestras, masterclasses e workshops. Além disso, é nosso intuito promover o intercâmbio entre violonistas de todas as regiões do país e fora dele. Queremos difundir a cultura violonística nas regiões Norte e Nordeste, formar platéias para o consumo de música de concerto, revelar novos talentos e proporcionar-lhes meios para o aprimoramento de sua formação profissional. 

Hoje, como coordenador, que resultados você espera desta edição? 
Josué Costa: Espero que o FENAVIPI estimule a geração de músicos piauienses a buscarem uma formação profissional, possibilitando o surgimento de talentos. Este evento, ao longo de suas edições, modificou a educação e o cenário musical piauiense, pois viabilizou novas oportunidades para músicos iniciantes como eu. A primeira edição foi um divisor de águas na minha carreira profissional. Por isso, estou convicto que esta edição fortalecerá o surgimento de uma nova geração de músicos piauienses.


                                                                    (Sérgio Matos - Músico)



Como você surgiu no cenário musical? Gostaria que você fizesse um breve relato da
sua história com a música.

Sérgio Matos: Comecei a estudar música com 11 anos. Meu estudo formal começou aos 14 anos como aluno de Erisvaldo Borges de violão clássico e teoria musical. Aos 15 comecei o estudo do violino que se tornou meu principal instrumento. 
Aos 19 entrei para Licenciatura em Música pela Universidade de Brasília e dois anos depois, fui transferido para a Escola de Belas Artes do Paraná, em Curitiba, onde paralelamente estudava Harmonia e História da Música com o Maestro Osvaldo Colarusso. Em 1998 voltei para Teresina, foi quando tive contato com a música popular, inicialmente com parceria com o cantor Roraima. Também fiz vários trabalhos na área de trilha sonora para dança e cinema, que me permitiu participar de vários festivais por todo o Brasil, Cuba, Holanda e Alemanha. 
Atualmente dirijo a Orquestra Tamoio e a Gómez & Matos, que é uma Agência de Músicos.

O que representa para você coordenar um festival como o FENAVIPI que já está consolidado  em nosso país e, hoje, ultrapassa as fronteiras do Brasil?

Sérgio Matos: Me sinto com uma enorme responsabilidade e ao mesmo tempo feliz de poder participar da continuidade de um festival respeitado por violonistas em todo o mundo. O mérito dessa continuidade é certamente do violonista Erisvaldo Borges, que concebeu e realizou o festival junto com o Profº Cineas Santos.

Quais serão as mudanças para  a 8ª edição do festival?

Sérgio Matos: Os objetivos e a estratégia do festival continuam os mesmos, que é investir na formação de público e dos músicos locais, através de excelentes concertos e ações didáticas gratuitas, além de investir no cruzamento do violão erudito com o popular, especialmente o violão brasileiro.

O FENAVIPI contempla apenas violonistas?

Sérgio Matos: Na verdade todos os músicos da cidade são beneficiados pelo alto nível da programação. Isso traz credibilidade para a produção local e, além disso, músicos de outros instrumentos também podem assistir às aulas que tratam de vários assuntos além da técnica do violão. 
Todos os anos o festival convida um instrumento, este ano é a vez do Acordeon, através do concerto de encerramento com Nonato Luiz e Adelson Viana.


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