Liceu Piauiense
Em nosso país, a expressão festival de violão está quase sempre associada a violão clássico, com um tipo de repertório endereçado a um seleto grupo de iniciados. Não por acaso, o grande público mantém prudente distância desse tipo de evento. O Festival Nacional de Violão do Piauí, sem deixar de contemplar a música erudita, tem proposta mais generosa e abrangente. Nele, há lugar para as múltiplas facetas do violão, para todos os estilos de interpretação, sem que isso signifique fazer concessões ou “baixar o nível”. O Concurso Nacional de Interpretação Violonística, por exemplo, é reconhecido pelo rigor com que julga os candidatos.
Na verdade, o que distingue o FENAVIPI dos demais festivais do gênero é a proposta eminentemente pedagógica. Mais que brindar seletas plateias com música sofisticada, o nosso festival busca formar músicos e melhorar o nível técnico dos violonistas profissionais e amadores do Piauí. Além dos concertos que se realizam ao longo do festival, os músicos convidados ministram curso, oficinas e masterclass para os jovens violonistas, estabelecendo um diálogo extremamente proveitoso.
Dom Barreto
Não bastasse isso, os organizadores do FENAVIPI descentralizaram os concertos, levando-os às escolas da periferia de Teresina. Este ano estão sendo realizados 26 concertos, 17 deles em escolas públicas e privadas da capital. Para citar apenas um exemplo, na Escola M. Antônio Gayoso, mais de 300 crianças aplaudiram, com vivo entusiasmo, o belo concerto do violonista Geraldo Brito. No Instituto Dom Barreto, escola modelo no Brasil, os alunos encantaram-se com a performance de Felipe Vilarinho. No velho Liceu Piauiense, Emanuel Nunes emocionou os alunos do mais tradicional educandário da capital. Para o prof. Cineas Santos, supervisor do FENAVIPI, “Chega de opções pobres para pobres. Pérolas ao povo”.
Violonista Felipe Vilarinho
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