Caio Leon (12 anos) e Leonardo Di Caprio (11) têm histórias distintas e uma paixão comum: o violão. Caio, filho de professores, estuda numa das escolas mais conceituadas de Teresina; Leonardo, filho de operários, estuda na Escola Extremo, num dos bairros mais pobres da capital. No palco, não se percebe diferença alguma na história de vida dos dois: comportam-se como compenetrados instrumentistas e sonham alto: o primeiro quer cursar música e tornar-se um violonista de sucesso; o segundo pretende ser um concertista famoso para “ajudar” a mãe. É fácil constatar que os meninos não estão brincando: tocam como gente grande. Caio deu os primeiros passos na música desafinando o violão do pai; Leonardo contentava-se em tocar um instrumento insólito: um cabo de vassoura. Quando alguém lhe perguntava onde estava a música? Respondia de bate-pronto: “Na minha cabeça”. Por caminhos tão díspares, os dois chegarão ao mesmo destino: o palco do Cine-Teatro Assembleia, no dia 10 de abril, onde abrirão o show do violonista Yamandu Costa, no encerramento da 7ª edição do Festival Nacional de violão do Piauí.
A história dos dois garotos demonstra que a estratégia usada pelos organizadores do FENAVIPI funciona. Cineas Santos e Erisvaldo Borges vêm insistindo, desde a primeira edição do Festival, que, além de oferecer concertos de qualidade aos aficionados do violão, pretendem formar plateias e propiciar aprimoramento técnico aos músicos profissionais e amadores do Piauí. O sonho de Erisvaldo começa a concretizar-se: hoje, pelo menos 3.000 crianças e adolescentes estudam violão e teoria musical em Teresina. Para citar apenas um exemplo: todos os irmãos de Leonardo estudam violão, inclusive a pequena Mona Lisa, com sete anos de idade. É a música a serviço da inclusão social e da conquista da cidadania. Um projeto com este perfil não poderia deixar de merecer a atenção de uma empresa como a PETROBRAS, que sempre acreditou no talento dos brasileiros.
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